sábado, 27 de novembro de 2004

Um amigo, uma barriga


"falaí, barriga"

Estou aqui envolvidíssima "gerando" uma peça de teatro. Toda texto tem um tempo de germinação e um tempo de crescimento dentro da gente. Uma hora nasce e temos que criá-lo até a maioridade.
Mas enquanto é gerado, precisa ser alimentado.
Estava reescrevendo o roteiro quando parei e travei. Tinha uma coisa que me incomodava. Um dos personagens não tinha nome. Eu tinha que chamá-lo por "moço", ou "homem", ao contrário dos outros, que já eram quase humanos.
Começei a ficar aflita, quando abri o MSN.
Olhei. Somente três pessoas on-line, afinal, é sábado a noite. Um deles era meu filho (lá no micro dele no andar superior), o outro um amigo que nunca desliga o micro (acho que nem é ele que fica on line, e sim o servidor) e um terceiro, que quando olhei sorri: um amigo escritor.
"Ôba. Ele deve estar se divertindo como eu", pensei. Mandei uma mensagem imediata.
- B., me ajuda uma coisa? É rapidinho.
- Digue - ele falou.
- Preciso de um nome de um personagem - eu expliquei, contando a ele quem era o homem - tem alguma idéia? A primeira que te vem a cabeça?
- Barriga - ele respondeu, sem pestanejar.
"Genial", pensei, "falaí barriga!". E assim nasceu o Barriga, um personagem que é tudo, menos um homem barrigudo. Aliás, deve e precisa ser magérrimo. E saibam, o nome é perfeito!
Pensando bem, é engraçado.
Eu doida para perder a minha barriga e arrumo mais uma...

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