segunda-feira, 15 de novembro de 2004

LORCA = MEGADEUS


garcia lorca II

Depois de um longo tempo ser ver um palco pela frente, ontem o meu amigo Jefferson me chamou para ir com ele assistir uma peça do Lorca, lá no Sesc: Bodas de Sangue, uma montagem do Ventoforte.
Ele me disse que eu entenderia essa peça, que se parece muito com o meu teatro (ahhh, quem me dera...). Ele só estava assim-assim com a montagem, se seria boa ou não (achei linda, o batuque tinha tudo-a-ver).
Não costumo largar a familia domingo-a-noite, mas nesse caso não deu. E lá fui eu descobrir o meu novo ídolo.
Caraaamba, que texto maravilhoso!
Estou em transe até agora.
Desde a última montagem de uma peça do Nelson Rodrigues que fui ver (com a Leona Cavalli, há dois anos, também foi lindo) que eu não via um texto tão legal. Tão forte. Tão-tão. É denso, é pesado, é dolorido, é triste, é carne viva, é poema.
As duas horas e meia se passaram em segundos, eu mergulhada nas palavras daquele homem. Onde estava eu nesse tempo todo que não conheci nada do Lorca? Que burra que eu sou!
Cheguei em casa ofegante, peguei meu bloquinho de notas e tive que escrever imediatamente três frases:
1 - "Quando a coisa chega no sangue, não há o que fazer"
2 - "Uma boda é uma cama reluzente, um homem e uma mulher"
3 - "Eu quero entrar no seu peito para me esquentar"
E a frase mais linda de todas, a frase da espada e do grito, que, como não vou me lembrar exatamente, preciso do J. para me ajudar.
Assim, a partir de hoje, declaro que serei fã incondicional do Garcia Lorca, e que lerei todos seus livros e peças eu conseguir.
Como diz meu filho Chico, de quinze anos:
Lorca = MegaDeus.

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