terça-feira, 31 de janeiro de 2012

patrícia, uma grande ganhadora de presente



Todo mundo gosta de ganhar presente. Tem gente que gosta de dar presente. E tem gente ganha presente super bem. É isso mesmo. É uma coisa que notei outro dia no aniversário da minha amiga Patrícia Gasppar. Ela ganha presente muito, mas muito bem. Vocês não imaginam.
Tudo começou quando fui na festa de aniversário dela no sábado passado sem presente. Eu sabia que jamais deveria ter feito aquilo, foi uma gafe horrível, mas quando vi já era tarde demais. Não que eu não seja boa de dar presente. É que às vezes esqueço completamente de comprar. Fui suspirando, já sabia o que ia acontecer. Ia, como sempre, chegar de mãos abanando, avisando logo de cara e rápido do meu esquecimento. Sei que quando a gente fala assim o aniversariante sempre fala aquele eterno "ah, que bobagem, esquece isso...", ou "imagina, vá". Falei, a Patrícia me perdoou, mas quando olhei pra o lado, tinha uma mesa enorme e cheinha de caixas e pacotes. Óbvio, todo mundo da festa levou presente. Olhei desolada aquilo, e uma convidada do meu lado até me cochichou que teve gente que levou até dois presentes pra Pati.
- Dois?
- É. Foi aquela moça ali, olha - ela disse, apontando - Você pode tentar falar com ela e ver se ela não te vende um deles, assim, por fora. Vai ser caro, porque é tipo cambista.
As amigas da Pati são muito engraçadas.
Bom. A festa rolando e a pilha de presente da Pati cada vez maior. Foi aí que notei porque é que a Pati ganha tanto presente, gente. É porque ela ganha presente super bem. Acontece assim. A pessoa chega com o presente perto dela, e ela primeiro faz cara de espanto. Como se aquele fosse o único presente da noite. Como se ela não tivesse ganho nenhum até aquela hora e estivesse desesperada. Depois ela abre, se deliciando com o papel, e meio murmurando "o que será, o que será, hummm". Quando ela vê o presente, seja lá o que for, começa a fase dos elogios. "Nossa que lindo. Puxa é muito útil. Minha cor predileta, como adivinhou? Ah, não acredito eu queria muito isso". E dai ela entra em minúcias sobre o presente da pessoa. "O melhor é que cabe na bolsa! Como vou ficar sexy com isso! Combina com minha sala, perfeito!". E em seguida, ela chega no auge do recebimento: ela abraça o presente, sorri e abraça a pessoa que deu junto. E os três, a Pati, o presente e o convidado ficam ali, misturados, felizes. Nossa, como a pessoa fica contente com isso. O convidado se sente o mais importante da festa. É. A Patrícia é das maiores ganhadoras de presente que já vi. Vou aprender com ela, meu aniver é em outubro. E como não dei nada pra ela até agora, o mínimo que podia fazer é escrever um post de presente.
Pati, tó. Parabéns querida.
Agora elogia. E comenta desse final super fofo que eu fiz.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

danilo móvel



Foi no meio do aniversário do João que o carrinho apareceu aqui. Um carrinho de supermercado grande. Chegou fazendo o maior barulho, aquele barulho característico, e desci do quarto e revolvi checar o tamanho do problema. Me vi de frente a um... carrinho.
- Que é isso, gente?
O João se adiantou.
- Meu presente, ganhei dos meus amigos. É um "Danilo móvel" - ele explicou, referindo-se ao nome da banda que ele e os amigos têm, que se chama "Danilo", onde o maior hit é a música "Danilo".
Muito legal a banda, as músicas deles, mas... e então aquilo lá no meio da sala, um legítimo carrinho de supermercado grande, era o "Danilo móvel".
- Pra a gente levar os instrumentos, mãe. Ou pra passear. Legal, né?
- Filho, ô gente - eu falava olhando ao redor - vocês não podem pegar isso, vão devolver isso pro super.
- Mãe, é um presente - argumentou o João.
- Mas filho, é do super... mas gente, um carrinho, onde é que...
- Mãe, vai ficar no meu quarto, e o presente ainda não tá pronto - ele foi me falando e me tirando dali.
Bom, a festa era dele, não ia atrapalhar. Fiz meu papel de mãe, afinal tinha que falar que os carrinhos de super não podem ser levados do super, mas que mais podia fazer? Estragar a festa, criar um caso no meio da noite? Resolvi que pensaria na coisa no dia seguinte. E quando acordei, fui até a sala e vi que o carrinho de super tinha sido violentamente customizado durante a festa, quase não se reconhecia. Franjas, enfeites, escudo, revestimento. Ficou irreconhecível. Trash total.
Bom, desde então tenho um carrinho de super em casa. É ótimo para descarregar as compras do carro, e ando pensando seriamente em usar o "Danilo móvel" para fazer compras. Sairei com ele, o super é a duas quadras daqui, compro tudo, não uso sacola plástica, volto com ele. Porque não? Um dia devolvo, é emprestado. O super devia era dar um carrinho para cada freguês.

domingo, 22 de janeiro de 2012

a contagem regressiva das sacolinhas



Sério. Tive um pouco de medo dessa contagem regressiva. Mas diante da ameaça, não há quem não concorde. Dizem que estamos "sufocando o planeta" ao usar as sacolinhas plástica do Super. Segundo o Super, deve ser uma questão de tempo, em breve o planeta estará sufocado por causa das sacolinhas deles, e dai babau. E como o Super é correto e está preocupado com o fim do mundo, resolveu não esperar a contagem regressiva do sufocamento do planeta e fazer uma contagem regressiva das... sacolinhas. O problema é a definição de quem é o "sujeito" da história. "Chega de sufocar o planeta". Chega "de quem" sufocar o planeta? Ora, me parece claro que eles tão dizendo que sou eu. Eu, que pego sacolinha plástica no supermercado. Tenho duas sacolas de pano no carro. Mas para fazer minhas compras, precisarei de mais umas dez. Eu vou ter que comprar, portanto. E gastar uma grana nelas.
Ora, porque não passam a nos dar sacolas biodegradáveis, de papelão, por exemplo? Porque não me pedem para reutilizar as sacolinhas de plástico que eles dão grátis, até elas acabarem? E quando elas acabarem, eu devolvo, o Super manda pra reciclagem e me dá umas novas? Porque não dão para cada cliente uma ou mais sacolas não-descartáveis, que quando estragarem eles trocam, ou que possam ser devolvidas, feito os vasilhames? Porque tenho que comprar do super uma coisa que sempre foi grátis?
E ainda uma coisa gente, dá licença. Se eu eu não posso usar uma "embalagem", então ninguém deveria poder usar, ora. Ora o cara do suco Del Valle pode entregar e vender o suco dele dentro de uma embalagem tetrapac, o cara que vende a bolacha pode, o cara que vende papel higiênico pode, mas eu não posso? Acho que tem um super exagero nessa proibição de sacolinha, pois tudo que você coloca dentro da sacolinha é muito pior que a sacolinha. Tudo vem embalado, a única coisa que não pode ser embalada é sua compra. Daqui a pouco teremos de comprar e levar no super um vidro pra colocar o suco, uns tuppewares para as carnes, uns potes para molho de tomate, uns potes para bolacha. Alguém inventará recipientes para levar ao super que serão vendidos como a sacolinha. Ou teremos que levar de uma vez o armário de louças e utensílios no super para não sufocar o planeta. Conversei isso com o menino que embala as compras nesse dia, e ele me deu endereço do site do super para reclamar. Vou fazer isso. Não quero de modo algum sufocar o planeta. Não acho ruim carregar uma dúzia de sacolas verdes, retornáveis, sei lá. Mas somente não quero pagar para isso. Pô, Super.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

bat-bijoux



Mulher sempre usa um monte de acessório. Bolsa, colar, brinco, pulseira, relógio, anel, chaveiro. Muitas vezes um monte de cada um. Um monte de pulseira, um anel em cada dedo, dois, três colares... Eu sou meio exagerada, eu sei. Mas se não coloco um monte de coisa em cima de mim me sinto pelada. Mas o que tava pensando, e o que me incomoda, é que todos esses acessórios são... muito inúteis. Completamente inúteis. A gente, mulher, pra se sentir legal carrega o maior peso morto que não serve para nada.
Comecei a me empolgar com esse pensamento. Ora, se é para carregar peso, a gente devia pensar melhor e carregar coisas úteis. Acessórios úteis, digamos. Por exemplo, colar abridor de garrafa ou colar abridor de vinho. Ué, porque não? Se o abridor for bonito, se combinar com a roupa, qual o problema? Dai fiquei pensando nas pulseiras. O que é útil e parece com pulseira? Ora, fita crepe. Fita durex. Humm. Anel. Pra anel a gente podia usar fita veda-rosca, ou esse exemplo legal que achei no google que é abridor. Brincos? Bem, podia ser cortador de unha. Ou clips. Ou pendrive. Chaveiro devia ser tesourinha. A gente devia inclusive usar os cabos de iPod e cabo de carregar telefone como corrente de colar. Ou alça de bolsa. Fivela de cabelo de prendedor de roupa. Nossa. A cada vez que penso, acho essa idéia mais genial. As bolsas iam esvaziar, afinal as coisas que a gente carrega na bolsa estariam penduradas na gente. Pente. Canivete. Isqueiro. Óculos. Caderninhos. Grampeador. Uau, sensacional a idéia de bijouterias úteis. Bat-bijoux.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

em busca de personagens



É engraçado quando você adquire o hábito de escrever, tudo que acontece no seu cotidiano vira assunto. Entrevistei o grande ator Antônio Petrin no ano passado e ele me disse que acha que a dramaturgia começa com um bom personagem. Se você tem três ou quatro grandes personagens, você monta uma peça. Eu percebo que busco personagens sem parar. Sempre fui assim. Minha vida não tem nada de mais, eu passo o dia em obra, em reunião, no carro e muito tempo no micro, respondendo e-mail sem parar. Às vezes aparece uma planilha ou um desenho pra fazer. É um cotidiano bem sem graça, onde pra mim a graça está justamente em achar... personagens. Por isso acho que falo muito, com todo mundo, toda vez que dá. Dou trela pra burro, acho que pra achar a graça que as pessoas possam ter. Por exemplo, ontem tive uma reunião com um homem que coloca pisos. O trabalho dele é esse, vender o piso, colocar o piso. Eu tive dúvidas sobre a qualidade do piso e a sobre a colocação do piso, e marcamos uma hora para ele me explicar. Quando encontrei o homem, nossa, que personagem. Gente, nossa, ele falava demais. Repetia, repetia, mudava a frase, repetia. Parecia que tinha engolido um rádio. Ou Ipod. Céus, que homem de piso tagarela, não parava de enaltecer as qualidades do piso e da colocação, tinha certeza absoluta que era ex-ce-len-te. Acho que falei uns vinte mil "sim, claro" e para fazer uma mísera pergunta tinha quase que gritar. É engraçado, pois depois que você percebe que tem um personagem na frente, fica mais fácil conviver. E claro, não implicar com ele. E claro, quem sabe usar o personagem numa peça, numa crônica, num romance. Ontem também encontrei um par de encanadores. O seu Zé e o ajudante, o Bahia. O seu Zé sabe tudo, descoladérrimo nos canos, e o ficava Bahia ao redor, feito um instrumentador cirúrgico, passando ferramentas, sem falar uma única palavra, ao contrário do homem que coloca pisos. Uma hora, quando alguém disse alguma coisa sobre música, o Bahia, do nada, falou subitamente pela primeira vez uma única frase. "O meu cunhado é músico canta numa banda de forró toda sexta e sábado e eu assisto ele e danço". E sorri pra mim. Então concluo que do mesmo jeito que ele fica orbitando ao lado do seu Zé encanador dando ferramentas, ele fica orbitando em volta do cunhado cantor de forró dançando. Um homem simples com uma trajetória muito clara, um grande personagem, o calado Bahia, cunhado dançarino do cantor de forró que entrega ferramentas e dança. Assim acabou meu dia. Com dois prováveis bons personagens, o silencioso Bahia e o homem papagaio que coloca pisos falando sem parar. Um dia vou usar esses dois, quem sabe.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

franka, valentona



Sempre que chove muito, aparece lesma em casa. É super nojento lesma. Não saio correndo berrando, mas não deixo elas andarem deixando aquelas trilhas no chão. Fica aquela memória da lesma no chão, nas paredes, móveis, é bem nojento. Essa coisa do nojo e do pânico com insetos e bichinhos passa, pois notei que com a idade a gente vai ficando cada vez mais valente. Pelo menos foi o que aconteceu comigo na vida. Antes eu dava xilique com barata. Agora eu mato e pronto. Com as lesmas a mesma coisa, não adianta xilique, tem que matar ou tirar o negócio dali. Acho as lesmas e baratas meio burras, e tenho certeza que elas não percebem que sou humana, vão me confundir com uma cadeira ou uma folha e subir em mim. Aliás, já subiram e não gosto nem de lembrar. Bom, Antes de ontem choveu um monte, e quando entrei em casa vi duas das malditas lesmas na entrada de casa, andando em direção a porta. Querendo entrar! Desgraçadas. Estava meio escuro, mas fui até a cozinha, peguei um bolo grandão de sal, voltei e joguei em cima delas. Ahá. Fim do problema, pensei. Me senti super valentona. Bom, putz. Quando sai pra trabalhar ontem de manhã, olhei o chão da varanda e vi o que tinha feito. Tinham duas inocentes folhas de de árvore cheias de sal em cima. É, a gente fica mais velha, mais valente e mais cega.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

franka nunca dirigirá um transatlântico na vida



Nunca virei um transatlântico, mas já cometi um monte de gafes na vida. Uma vez estava no clube Pinheiros com a Nana quando ela era pequenininha, brincando numa das alamedas, quando ela viu um cipozinho pendurado numa árvore e começou a pular para pegar. Achei aquilo divertido, comecei a ajudar. Ela conseguiu, com muito incentivo meu, pegar o cipó e puxou. Meu Deus. Não é que caiu o cipó, umas folhas, um galhinho. Caiu uma trepadeira enorme, imensa, que foi descolando da árvore aos poucos, enquanto eu e ela corríamos para trás, assustadas. Quanto tudo foi ao chão, acho que cobria uma área de uns 5 por 5 metros, com quase minha altura. Meu primeiro pensamento foi pegar a menina no colo e fugir dali. Vergonha. Será que uma inocente menininha e uma inocente mãe poderiam ser responsabilizadas por um desastre ecológico daqueles? Foi super sem querer.
Já quebrei também uma antiguidade que me foi confiada por um amigo arquiteto com quem eu trabalhava. A gente isa usar a antiguidade de molde para fazer uma luminária, eu acho. Ele pediu mil vezes pra eu tomar cuidado, tomar cuidado, tomar cuidado, e bom, eu tomei tanto cuidado e segurei com tanta força no peito de medo daquilo cair, que meu Deus. Não vi o chão, tropecei e cai em cima do pacote. Ficou tudo em cacos dentro do embrulho, o amigo puto da vida, passei horas e horas colando, mas juro, foi super sem querer.
Um dia foi uma pia que eu destrocei. Estava animadona lavando louça na casa de uns amigos, pensando que todos iam ficar super felizes comigo de eu executar aquele trabalho sujo. Talvez eu lave louça meio violentamente, eu sempre me achei uma grande lavadora de louças, fico numa espécie de campeonato comigo mesma, pensando em modalidades como rapidez, qualidade da lavagem, equilíbrio no escorredor, segurança nas mãos para não deixar o sabão escorregar as louças, essas coisas. Eu animada, torneira a mil, limpo o ralo, mas a água não desce. Pego o desentupidor e na primeira socada, céus. Meu Deus. Foi tudo abaixo, feito um desabamento de uma cachoeira: pia, sifão, cano, armário, água, ralo, esponja, detergente, nhacas de lavagem. Aquela barulheira, todos correm pra ver o que acontece. É, dei mais trabalho do que ajudei. Sou proibida de lavar louça agora nessa casa. Mas juro, foi super sem querer.
Por isso hoje decidi uma coisa: nunca dirigir um transatlântico na vida. Pronto, resolvido.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

os sem instagram



Eu não gosto de falar mal de tecnologia, muito menos de novidade na internet. Entro em tudo, me divirto, é legal. Mas atualmente tem um mundo obscuro e misterioso na internet que eu tou super implicada. É o mundo do tal do Instagram. Instagram é tipo um universo paralelo que as pessoas que não tem iPhone não tem a mínima idéia do que é. Eu sou uma pessoa sem-iPhone, e consequentemente da turma dos "sem-instagram". Meu andróide tem um monte de aplicativos, mas Instagram nada, pois esse treco é só pra iPhone. Pra mim esse negócio é um tipo de uma seita secreta. Pelo que percebi, pois vez ou outra aparece uma dessas fotos no Facebook, esse aplicativo de iPhone faz todas as fotos que a pessoa tira ficarem super legais, como se a pessoa fosse um verdadeiro fotógrafo profissional. Faz também as fotos ficarem ligeiramente estouradas, contrastadas, fofas e envelhecidas. Mas essas fotos não vão pra todo mundo, vão somente pra o site do Instagram onde só pode entrar quem tem Instagram e iPhone. Parece também que dentro dessa seita as pessoas formam grupos e ficam se elogiando. Tem o lance dos seguidores também, acho que é meio como o twitter. Tou só supondo, porque eu nem posso me cadastrar pra ver como é. É chato. Alguns amigos tiram fotos legais nos nossos encontros, e nunca vejo porque vão pra esse Instagram. Dizem que tem pra andróide, mas que é falsificado. Vê se pode. É meio elitistinha o grupinho dos instagreiros. Internet é legal porque é pra todo mundo, facinho de entrar, fazer e fuxicar o que quiser, e dai vem esse Instagram e blum, fecha a porta na nossa cara? Putz, tou aqui mega reclamando, uma verdadeira "sem-instagram" pareço minha mãe falando mal de foto digital, que ela, como não tem computador, diz que são fotos que não existem. Será que Instagram existe mesmo?